A festa da figueira 3


De repente, no meio do espesso pinhal surge uma clareira e no centro uma árvore. Não é igual às outras, tem um grande e tortuoso caule e a casca é cinzenta e lisa, os ramos encontram-se cobertos pela neve parecendo muito frágeis...e está completamente despida!
Dia aproxima-se devagar, olha-a então espantada e de repente ouve uma voz :
-…tenho frio…tenho frio…tenho muito frio…
Pifo fica todo eriçado!, Dia olha à sua volta mas não vê ninguém.
- Quem está aí? - grita Dia, olhando para o céu.
- Sou a Figueira, desculpa ter-te assustado mas estou com muito frio, podes ajuda-me?
- Figueira? Nunca ouvi falar de ti! Como vieste aqui parar?
- Vim de uma terra longínqua, a Índia, plantaram-me nesta clareira há muitas Primaveras atrás, o Sol tem-me ajudado a crescer mas esta neve está a acabar comigo. Sabes os Homens correm o mundo e escolhem as flores mais bonitas para plantar nos seus jardins, mas muitas vezes esquecem-se que as plantas podem não se sentir bem em climas diferentes, e sofrer com isso. E tu como te chamas?
– Dia e este é o Pifo o meu melhor amigo...sabes eu adoro neve, como pode fazer-te mal !? - exclama Dia muito admirada.
- Para ti pode até ser divertida, brincas com ela e depois voltas para casa para o aconchego da lareira. Eu tenho que aguentar o frio, não posso sair daqui e não estou habituada à neve como os pinheiros!
- Estranho... eu sei que não caminhas como eu, mas tu falas e as árvores não falam!
- É verdade que as arvores não falam, mas eu não estou a falar contigo! Sabes Dia, quando pensamos também escutamos pensamentos, não precisamos de falar.
- Então estou a escutar o teu pensamento!
- Muito bem ! Mas vá lá, ajuda-me a tirar esta neve em cima de mim, está a pesar-me e estou a gelar.....brrrr!!

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